13 de dezembro de 2007


E por ai vai...

“Deixa eu te dar a outra face...”

Agora respire fundo. Bata forte. Sinta o gosto.

Ah! Viu só como é fácil?

Alívio, alívio...

Aquele velho cheiro pairando no novo ar.

Os sujeitos que usam predicado pra fazer de objetos.

Jogos. Gesto. Mistura. Loucura.

Se passar dessa, perca as esperanças.

Não vá ou fundo. Nem fundo. Nem poço.

Vá encima. Acima. No vôo.

E grite. Mais alto. Mais largo.

“Perdi, mas não esculacha!”

29 de outubro de 2007




Ela vem vestida de branco e de olhar confuso. Linda morena se perde em confusões de pensamentos. Dele não quer mais saber. Dela não pode mais querer. Apenas olha e entre doses e outra tenta controlar o seu desejar. Lembra da velha frase: “Pecado não é o desejo, é render-se a ele”. Olha, olha, observa. Grava os movimentos, os sorrisos, o suspiro fora de hora. O que será que pensa quando escurece teu olhar ao olhar para o céu?

Ninguém sabe devera quem sois aquela linda dama de nariz empinado, olhos expressivamente tímidos e andar de “não se aproxime”. Logo que chega, mexe com todos ao seu redor. É exaltada, aclamada, requisitada. Uma dose, mas uma e outra. Um copo, dois copos, a garrafa. Ri. Gargalha alto. Acende um cigarro. Olha para o céu. A lua, poucas estrelas. Cinza. Saudades. Respira fundo e volta para o ponto de onde havia parado. Mais risos, mais doses, mais copos, mais garrafas, muito mais cigarros. "Ah, saudades daqueles olhos. Saudade daquela energia". Não, não pense nisso agora. Distraia-se, é para isso que veio aqui. Distraiu-se tanto que não percebe os olhares ousados que a linda morena lhe lançava.

Errado, errado, errado. Gritava para se mesma. Coloque isso na cabeça. O que faço aqui? Não posso. Tenho de ir para casa. Mas não quero. Não posso mais olhar para a cara daquele homem há quem um dia chamei de meu. A linda menina do nariz empinado tomou conta dos teus pensamentos. Desde aquele dia em que se olharam distraidamente uma das partes se aprisionou. Olhos expressivamente tímidos que não dizem nada. Como posso? Encontra-me inebriada por uma menina que se quer nota pessoas a sua volta e olha para o céu como que esperando por um disco voador?

Levanta. Cabaleia. Tira o telefone do bolso. Liga pra alguém e põem-se a andar.

Lá se vai ela por mais uma noite. Quem será esse? Para onde irão? Melhor não pensar. Lá se foi a menina dos mil mistérios...


"E quando eu respiro
Lhe tirando o ar
Você abre as narinas doidas
E felinas
pronto a sufocar"

9 de setembro de 2007




Eu tentei por tempos, com minhas verdades feitas, tocar a perfeição. Hoje por um “desafio” lançado fiz tudo diferente do que um dia fiz. Por isso digo: Talvez tenha buscado a perfeição em um lugar errado... Não, não. Não que tenho buscado em um lugar errado, mas busquei a perfeição como se só a li ela estivesse e hoje posso lhe dizer que a perfeição está naquilo que você não busca. Está naquilo que acontece por acaso.

Estava eu ali andando e pensando no que faria no dia que eu assumi como Hurricane Day. Nada na cabeça. Como que de destino, encontro um amigo antigo que me faz uma proposta. Proposta essa, mais louca do que avisa sido o seu achado ali. Disse ele sem pensar no que ouviria e em tom de brincadeira:

- vamos num show de pagode comigo.

Sempre gostei da presença daquele garoto louco que ama a vida. E sem titubear, aceitei a sua proposta. Começava ai o meu Hurricane Day. E fomos nós para um show de pagode (pagodat o nome da banda) tomando bacardi (primeira vez que tomei isso). Ainda arriscamos ele e eu a dançar algumas músicas. "Roqueirinhos dançando pagode". Foi o que mais ouvimos.

Nota: Não sou roqueirinha ou qualquer “paliativo” do tipo.

Digo-lhe: gosto de música. Qual? Qualquer uma que eu ouça e meu fino e desengonçado ouvido goste. E hoje depois, do meu primeiro show de pagode (mesmo morando na Bahia) e do meu primeiro litro de bacardi, digo-lhe: Gosto de tudo que agrada ao meu fino ouvido e as minhas grossas pernas. Conclusão? Viva o que a de diferente em nossas vidas.

Nota 2: 36 horas bebendo e fumando e esperando o que poderia acontecer. Meu pesar para quem não curtiu o tal dia americanizado (que já foi uma inovação, pois odeio quando as pessoas americanizam coisas sem necessidade).

Nota 3: Feliz demais por ver que coisas novas relevam. Feliz demais por ver que coisas velhas permanecem boas com sempre foram.

28 de agosto de 2007





Como se a "menina do balão mágico" perdesse as esperanças...

- Ficar pra que? Por quê? O que tens tu a oferecer-me?
- Ouro, prata, carros, casa...
- Ha! Balela! Tu não tens nada!
- Não, na verdade não tenho. Mas tenho coisas pra lhe proporcionar que nem todo o dinheiro do mundo compraria.
- Sei, sei... O que?
- Posse fazer-te flutuar, tocar estrelas, andar por entre nuvens...
- E isso serve pra que?
- Ué... Não sei... Mas é bom, muito bom!
- Ta! Tenho que ir agora!
- Não vá! Não saberei viver sem ti!
- Saberá sim. Viveu tanto tempo sem se quer saber de minha existência.
- Eu nasci pelado e hoje não posso viver sem roupas!
- Hã? Não confunda-me, tenho que ir!
- Vá!
- Como? Não vais mais suplicar?
- Não.
Dá-lhe as costas, tira as roupas e segue a andar...

Volta ela tempos depois e suplica-lhe:
- Faça-me voar, ver estrelas, tocar nuvens e tudo aquilo que a tempos propôs...
- Não!
- Por quê?
- Porque assim como o seu dinheiro, isso não serve de nada...
- Como assim? Achei que servia...
- Servia quando minha vontade de dá-lhe era de coração, nada vale sem coração. E hoje graças o que me ensinastes não tenho mais um coração metafórico, tenho apenas um coração fisiológico que bombeia sangue e blábláblá...
Dá-lhe as costas, veste as roupas e segue a andar...


“...Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor...”

5 de agosto de 2007





"Carta para alguém bem de perto..."

Queria saber para onde foi à energia daquela menina que me fazia sorrir. Ainda não sei onde me perdi, mas como sempre me perco não me sinto apavorada. Assumo que senti certo frio na espinha ao ver que não estava mais aqui. Queria falar-lhe sobre algumas coisas, como se escrevesse uma carta. Pensei por vezes em escrevê-las mesmo, mas como sei da falta de coragem que teria em entregá-las, acabei por desistir. Não quero mais amontoar as gavetas com cartas que não mando.

Falando nisso, me lembrei de uma música não sei de quem que tem esse mesmo nome. Há uma frase nela que era tudo que queria lhe dizer agora: "Eu fico imaginando sua casa e seus amigos. Com quem você se deita e quem te dá abrigo. Eu me lembro que já contei com você". É já contei com você. Pra lhe ser sincera ainda conto. A minha força. A minha vontade de coisas boas. Os medos que derrubo. As coisas que venho conquistando. Sim, minhas glórias atuais pertencem a você. Parar de falar ao vento e falar para quem deveria ouvir talvez fosse a minha solução... Mas não, não quero correr o risco de jogar tudo fora.

Sabe, só queria lhe dizer como andam os meus dias. Tenho sentido algumas saudades, brutais como só as reais saudades sabem ser. Saudades daquelas conversas insanas e incessantes da madrugada. Saudades daquele cheiro que eu insistia em sentir. Aquelas músicas... Ah... Aquelas músicas...

Venho tentado me manter de pé. Forte, firme, “fodona”. É difícil, realmente é muito difícil. Talvez fosse isso que você queria que eu aprendesse. Aprender a andar sozinha ainda é o meu maior desafio. Mania que tenho essa de me apoiar. Preciso descobrir a verdadeira força das minhas pernas. Preciso aprender a viver sem a minha inútil terceira perna.

Bom, havia dito que não escreveria cartas para não mandá-las. E aqui está. Uma quase carta que não mandarei...



"Avisos luminosos, meus alarmes
que eu desligava sempre que tocavam
por livre e meio estúpida vontade.
Se agora eu cato a alma pelos cantos
a culpa não foi sua eu te garanto."

28 de julho de 2007





Nada pra dizer hoje...

____Um dia frio. Uma noite longa. Uma vida curta. Lá estava ela no mesmo lugar. No mesmo lugar que freqüentara por meses. No mesmo lugar que não fora há meses. Após dias monótonos, tudo parece voltar ao normal e a noite, a noite iria ser longa.
____O corpo dela jazia em um chão úmido, ela estava sentada na guia de uma rua movimentada com alguns dos seus. A espera da hora. A espera da noite, que apesar de ser noite ainda era dia.
____Vestida em uma roupa velha, com meias rasgadas, a blusa que um dia fora preta, mas quando o escuro é escuro, o cinza vira preto, a cor vira negra e as pessoas viram... As pessoas viram.
____Ela estava lá à espera da dopamina, do torpor, do esquecimento, do regresso do passado sujo... Quem sabe uma tequila? O absinto já está muito caro por aqui. Uma tequila, um pouco de gim e mais um pouco de gim. Alguns goles de uma cerveja e mais uma cerveja. Gim com Tônica. Já não resta mais dinheiro para mais tequila.
____Dia impuro. Torpor leve. Noite longa. Noite pingante, chuvante, cansante, dopante. Confortavelmente anestesiada. O tempo acabou, mas o inverno ainda não chegou... Ela sabia que meia noite era hora de correr, meia noite, meio chovendo, meio desespero, meio que meio. A escada não falou comigo e ele não estava lá.
____A princípio o medo da pele alva e das lustrosas cabeças lá presente. Dentre os quais um olhava pra ela com cara de fome e ela não retribuía o olhar, apenas ficava no canto dela com cara de medo.
____Centro, madrugada, sem condução, sem condições e por mais uma vez, era tão tarde que chegava a ser cedo.
____O dinheiro era curto, a casa estava vazia e a noite prometia que iria ser longa. Quanto mais eu olho o cardápio, mais eu acredito que eu não tenho dinheiro. “Moço, quanto é o absinto nacional?” Parar pra recontar a grana? Não, não é possível... Eu não gosto de pinga, eu não quero pinga... O dinheiro é curto, a noite promete ser longa e vazia. “Vê-me um bombeirinho...” A media que o gelo derretia a bebida enfraquecia. Vou jogar o gelo fora.
____A lua mortal. As luzes amarelas e densas invadiam o ambiente escuro. Estava vazio, a bebida cor de gelatina de morango começava a subir e a mente dela a embaralhar, até que uma hora salvaram a noite e a música mostrou-se boa. O líquido vermelho começou a baixar e vários cigarros eram queimados entre os dedos dela, mas dessa vez ela os fumava. Aspirava à fumaça e a soltava no ar quente, abafado do lugar.
____Todas as trevas se transformaram em luz. O que antes era amargo ficou doce. O que antes era pinga virou água. O lugar fechou. Andar para andar. Andar para passar o tempo. Andar até andar. Na padaria não havia pão. Pedir pão velho ao padeiro. A grana curta, depois da noite longa. A felicidade do pão velho enganava o estomago.
____A noite acabou, quando o sol dava sinais de vida. Ah, saudade de quando a noite era só nossa. A noite também já foi minha. Hoje? Apenas um dia frio, uma noite longa, uma vida curta...

"Fique mais,
Que eu gostei de ter você,
Não vou mais querer ninguém,
Agora que sei quem me faz bem."

15 de junho de 2007

Um Quarto para as Seis





Preguiça, provas e muita, mas muita vontade mesmo de dizer "eu te amo".

Um quarto para as seis!
Anda.
Acelera, trava,
põe a primeira
põe a segunda
embreagem, acelera
trava.
Janela acima, janela abaixo
esta frio, esta calor.
Fica.
Liga o radio
muda a estação.
Põe a primeira
acelera,
segunda
trava.
Apanha o cabelo,
olha o retrovisor,
lateral.
Olha os teus olhos.
Põe a primeira
acelera.
Estás cansada?
Os olhos brilham,
olha o espelho,
canta a música que não gostas.
Acelera,
terceira,
quarta,
acelera.
Sentes o vento?
Sentes os cabelos na cara?
Olha os teus olhos
retrovisor, lateral.
Trava!
Fecha os olhos
Trinca-me.

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita."

3 de maio de 2007

Menina





Ao som do mestre, nostalgia de noite de lua cheia e a lembrança de alguém que me chamava de “a menina triste” vindo do nada... Sou eu me olhando de fora? Talvez... Talvez...

Escuto uma voz triste.
Uma menina tão preciosa
Com medo de ficar sozinha.

Uma noite fria
Com lembranças amargas,
E um futuro incerto.

Ela esconde sua insegurança.
Tem medo de arriscar.
Medo de fracassar.

Às vezes ela não sabe o que falar.
Ela se cala.
Sente-se vazia.

Ela é durona, forte,
Briga e enfrenta.
Arrepende-se depois.

Ela tem medo das pessoas se cansarem dela.
De um dia partirem,
De ficar só.

Seus olhos brilham
Com todas essas lágrimas.
Não chore.

Olhe em volta,
Você não está sozinha.
Nunca estará.

Fica cara a cara comigo.
Olhos que se calam quando eu me calo.
Ainda quero te ouvir cantar.

É preciso oferecer-se
De proteção para as fraquezas.
E sentir a luz que escorre.

Ressuscita a esperança.
Acreditar na palavra esquecida.
Olha o amanhecer.

Deixar-se inundar pelo brilho da safira.
Sonhe frente ao intangível.
Isso é mais você.

"Não sou o que pareço. O que pareço é apenas uma vestimenta cuidadosamente tecida, que me protege de tuas perguntas e te protege da minha negligência."

23 de abril de 2007

Caber em mim





Só necessidade de repetir algumas coisas...

______Talvez eu não caiba em mim mesma. Uma explosão de sentidos, de vontades. Queria voar... Alcançar os mais altos céus! Muitas vezes o tempo me oprime, não queria que ele existisse, ou que sua relatividade, fosse realmente relativa.

______Muitas vezes desejo ser duas, mas acho que não adiantaria, porque dividir os sentimentos, também não ia ser bom. Às vezes não sei se sou grande em um mundo pequeno, ou pequena num mundo imenso, mas ainda não estou totalmente adequada a ele. Muita coisa me indigna. A perda da capacidade das pessoas de se indignar a banalização do anormal. A falta de respeito pela vida alheia. Tento fugir das verdades alienantes. Na realidade, de qualquer verdade... Se é que essa palavra exterioriza ela própria...

______O que é uma verdade?! Ou que for pra mim, não será para outro, então... Será verdade mesmo?! Respeito acima de tudo! Acredito no que está em mim, de dentro pra fora, no amor que sinto, por todos aqueles que amo, na minha vontade de mudar o mundo mesmo caminhando sozinha muitas vezes, no meu desejo de paz, pra mim, pra minhas relações e pra todos!

"Não devemos ter medo dos confrontos. Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas."

16 de abril de 2007

Sufoco






Velhos com pequenas reformas. Sem comentários.

Um cheiro sufocante
Se elevava das ruas de cujo asfalto.
O calor fazia evaporar o que restava da chuva.
As ruas eram mais estreitas ai, na escuridão.

As velhas casas de inclinavam umas para as outras,
Como se quisessem encontrar um ponto de apoio.

As luzes se apagaram,
Deixando um cheiro podre no ar.
Ainda assim eu percebia vida e movimento nos recantos.
Era alguma coisa que eu sentia sem ver.

Comecei a andar pelo meio da rua,
Procurando devastar a escuridão com os olhos...

Era um dia estranho,
Como se tudo me incomodasse.

Todos os tipos de som se transformavam em barulho,
Não conseguia sentir a melodia.
No calor abafado uma simples brisa que batia,
Parecia trazer toda a podridão humana.

O verde e o amarelo vindo da natureza,
Tentavam fechar meus olhos à miséria em que vivo.

Já estava cansada de não acha graça alguma em coisa nenhuma.
Parei de pensar,
e comecei a sentir o céu cinza e sombrio que se formava.
Encontrei temores antigos de coisas novas.

Desisti,
E fui recolher minha mente ao esconderijo dos covardes.

Deitei e dormi...

"Deixa pra lá, o que não interessa, a gente não tem pressa de viver assim, feito platéia da nossa própria peça, histórias, prosas, rimas, sem começo e fim"

5 de abril de 2007

Eixos


Muitas provas a serem estudas, muitas coisas boas acontecendo, muitas coisas ruins pra rebater e a vida vai seguindo.



Quando os eixos parecem encontrar suas devidas coisas, as coisas simplesmente voltam a se quebram como se não existissem eixos certos para as coisas certas.

Mas o que seriam essas coisas? Sempre que se diz isso de certo ou errado eu me perco. Verdades absolutas, Certezas de sabão...

Perdi-me entre sussurros, mas preferia perder-me entre suspiros com os quais nunca consegui sonhar... Finda, finda, finda... Fenda de infinito... Traduções dos amores que ainda terei. Tolice mudar de amores.

E para não perder o meu velho costumo volto a dizer: Ridículo, ridículo e ridículo... Maus benzidos e bem ditos te amos... Droga que disparate, encerro-me aqui antes de falar mais asneira...



“O amor é o ridículo da vida,

a gente procura nele uma pureza impossível,

uma pureza que está sempre se pondo,

indo embora.”


27 de março de 2007

Talvez


Para os que ainda não ouviram, proc
urem ouvir "O Teatro Mágico", Como já deve ter dado pra perceber, encontro-me apaixonada por essa banda.


Talvez o jeito como eu esteja vendo as coisas lá de fora venham mudando. O jeito que eu venho vendo as pessoas é completamente novo. Pessoas são cheias de traumas e medos de que antigas frustrações voltem a acontecer. O mais pilhérico é que esses medos de frustrações só fazem frustrar. Tenho olhado dando para fora nos últimos tempos que não consigo olhar para dentro. Tenho lido coisas antigas como nunca às tinha feito.

Falando outro dia sobre o meu sentimentalismo, lembrei do meu saudoso herói musical dos anos 80. Ele dizia sobre o amor ser o ridículo (adoro essa palavra) da vida. É interessante a forma como as pessoas acreditam e desacreditam nessa ridícula e necessária parte da vida. Ainda há quem diga que o amor faz sofrer. O que verdadeiramente faz sofrer é a falta de amor ou a necessidade da certeza e da grandeza de amores alheios que se querem ter.
Como uma b
oa e velha romântica incontrolável, necessito urgente de uma nova paixão ou quiçá amor platônico. Detesto não ter com quem sonhar. Não gosto do fato de não ficar esperando aquela ligação que não acontece. Preciso voltar a tremer na base. Preciso urgentemente sentir cheiros que não estão. Vozes que não são. Sonhar com “eu te amos” perdidos entres suspiros de desejos. Venho saindo do meu estado “não sei” para cair em nostalgia... Mas de que adianta? Eu tenho uma nostalgia eterna de não sei o que.
Sonhos às vezes são tão intensos que se tornam partes da nossa realidade. Ah... Que saudade daqueles dias que nunca vivi... Saudoso tempo que não existiu...


"Os Deuses vendem quando dão.
Comprase a glória com desgraça.
Ai dos felizes, porque são
Só o que passa!"

21 de março de 2007

Lá fora


Depois de ter abandonado esse lugar, estou de volta. Tive bons motivos para o sumiço, porém não convém explicar agora.


Estive a olhar o mundo lá fora

e ver como nada por lá se altera com facilidade.

É impressionante a capacidade que as pessoas têm de mudar

o tempo todo para as mesmas coisas que um dia foram.

Eu me pego imaginando:

Será que eu também mudo pra mesma coisa?

Como é fácil ficar de fora e olhar para os outros.

Com é assustador olhar pra gente

e perceber as coisas que são patéticas nos outros.

Medo de ser ridículo é tão... Tão... Ridículo.

Envolvo-me, eu e meus pensamentos por aqui...

Falta, falta, falta...

Clarice Lispector certa vez falara

sobre uma tal de terceira perna.

Acho que me sinto assim agora.

Sem a minha desnecessária terceira perna

que me dava um equilíbrio.

Manias que a gente tem de se apoiar em algo.

Eu não me encontro nostálgica,

nem triste,

nem feliz...

Entro-me em meu pior estado.

Estou completamente "não sei".

Dá-me arrepios isso.

Parece que eu estou aqui falando sozinha,

mas direcionando pra alguém...

Ah, como eu queria ter você de volta ao meu lado.

Não como antes.

Não como agora...Como alguma coisa que nunca foi...


"Sou boneca, sou palhaço, ponto de interrogação"