27 de dezembro de 2011

Menino Traquino

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♪♫Paulinho Moska - Vênus♪♫



Pareço menino traquino que é teimoso pra burro.
Pareço poeta vazio que correr pra ver o mar.
Pareço maluco sem fluxo que dá murro em paredes.
Pareço menino vadio na beira do rio.
Pareço lunático em curso a procura de órbita.
Pareço barbado sem graça em busca de inspiração.
Pareço poeta traquino.
Menino maluco na beira do rio.
Lunático barbado em busca de inspiração.
Pareço menino poeta maluco fantasiado de sabugo.
Cheio de amores grudados e vazios e fáceis de soltar e soltos pelo mundo.
Pareço mundo cheio de gente.
Pareço gente.
Pareço vazio.
Pareço avião sem pouso... Ou o pouso que o avião não achou.
Pareço valentia na esquina.
Ou sombra que não completa.
Ou vento que não veio.
Ou sol que não faz.
Pareço que me perco.
Pareço que não acho.
Pareço visceral.

A última parte da mísera parte onde tudo começa.

20 de novembro de 2011

Sobre novidades:

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♪♫Djavan - Romance♪♫





Estou falando de pessoas de verdade. Das que ligam e perguntam como você está, que admitem saudade, que sentem sua falta. Estou falando de pessoas de verdade. Das que se importam, que tem educação, que praticam bom humor. Estou falando de pessoas de coragem, que sabem dialogar, esclarecer situações e não admitem pensar na vida como um jogo. Falo das que tem interesses, mas oferece algo em troca pela tal “recompensa”. Das que não concordam, mas se esforçam, não julgam, não temem. Das que sabem ensinar pra conseguir aprender. Estou falando de pessoas sinceras, que não usam ironias, grosserias ou sarcasmo pra justificar frustração. Falo de pessoas de verdade, que escutam mais do que falam, apesar de falar pra caralho.

“Os desafinados também tem coração”, diria Jobim. E eu?! Penso que tais “desafinos” merecem atenção, porém acredito que até divindades se cansam do que não tem remédio e os declara remediados.

Falo dessas pessoas livres, que tem suas travas, mas preferem esbanjar asas ao invés de correntes. Dessa gente que tem medo, mas acha mais válido se jogar da ponte dependurado a uma corda do que assistir a queda livre sem risco dos outros. Falo de pessoas cheias de “taxações”, mas com objetivos claros e definidos. De quem luta por si, mas lembra que tem um mundo a sua volta.

Não sou mais criança ao ponto de acreditar em papai Noel, mas quero ser a criança eterna ao ponto de me encantar com as luzes de natal sempre que elas aparecerem...

Estou falando de pessoas de verdade. Que sabem da influência da lua sobre as marés e se faz de oceano pra ser embalado... Das que são racionais, mas não se deixam endurecer por que alguém provou por “A+B” que “toda carta de amor é ridícula”.


"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"
Fernando Pessoa




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2 de novembro de 2011

Sobre castelos, princesas e contos de fada:

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♪♫Marcelo Camelo - Tudo o que você quiser♪♫






Passeando pelas redes sociais da vida, deparei-me com uma frase: “só queria continuar acreditando”; comecei a pensar sobre isso e conclui que preciso das minhas ilusões diárias. Então, por que buscar tanto a explicação de todas as coisas? Não entender é sufocante, angustiante e como diria minha celebre Clarice: "entender é sempre limitado, mas não entender pode não ter fronteiras".

Definitivamente não preciso de fronteiras; e menos ainda dessas realidades. De onde vem, por tanto, essa insaciável vontade de entender? Tenho querido tantas coisas, entre elas, alguns que não queria mais...

Tenho percebido algumas coisas inegáveis: energia existe, há sincronia em tudo, há tensão na proximidade, há o ciúme desmedido... Aprendi a abrir concessões em todas as coisas, mas talvez, somente talvez, alguma coisa em mim provoque recuo. Recuos meus, recuos dos outros. Recuo... E afirmo: explicação existe! Não querer dá-las, ouvi-las ou pensá-las não as elimina.

E volto a afirmar: esse medo não é meu.

Amo mais do que eu deveria, construo castelos como um bom peão e sinto as faltas mais doidas do mundo. Pratico apego ignorando a máxima da raposa e correndo risco de chorar um pouco por me deixar cativar... Mas sempre fui assim: um monte de ternura por um pouco de atenção...

Preciso parar de questionar metáforas e entender que construir castelos tem menos a ver com peão e realeza do que parece. Questionar romantismos é como questionar a beleza das coisas: um crime aos que acreditam que tudo pode ser melhor do que a realidade apresenta.

Castelos podem ser fortalezas, proteções ou apenas um lugar feito para guardar todas as coisas que precisam manter-se vivas, firmes, fortes e intocadas...

Um despretensioso cara de nome Walt Disney criou castelos, princesas, monstros e embalou a felicidade de gerações. Na frase de tal, posso fazer a verdadeira afirmação: “você pode sonhar, criar, desenhar e construir o lugar mais maravilhoso do mundo... Mas é necessário ter pessoas para transformar seu sonho em realidade...”

E me pergunto: de que adianta ser feliz para os outros e não ser feliz para si?! Só sonhadores de construtores de castelos sabem o que essa frase quer dizer. Somente eles.

Ainda trago coisas abertas e a maioria delas está no peito...



Obs.: por opção ou preguiça, hoje confundi todos os pontos e vírgulas no texto.




"Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."



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11 de agosto de 2011

Sobre incoerência temporal e sentimentos:

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♪♫Mergulhar - Scambo♪♫





Não me façam declarações de amor melosas e cheias de “romantismo”. Não gastem o seu tempo com “textinhos”, “mensagenzinhas”, flores, ursinho de pelúcia e esses clichês; não me sensibilizo com isso, não vou te dar atenção e principalmente: não vou te agradecer.

Sou grossa. Sou fria. Mas definitivamente não sou insensível. E pensando bem, a afirmação “sou fria” pode ser questionada.

Tenho medo de gente, sou insegura em relação as pessoas e minhas demonstrações de afetividade demoram a aparecer.

Não sou “tátil”. Não sou emotiva. Mas definitivamente não sou insensível nem fria.

Sou cabeça dura.

Todo mundo tem suas convicção, seus traumas e coisas pela qual é “cabeça dura” até o fim.

Sou humana. Sou cultural. Sou social. E definitivamente tenho padrões de
comportamentos clichês da raça, do gênero, da orientação.

Sou de difícil manutenção. Mas definitivamente, essa afirmação também é questionável.

Admito ter alguns vários defeitos de socialização e gostaria de me livrar de alguns deles. Vejam bem: alguns deles.

Não sei dizer “obrigada”, “fica”, “gosto de você”, “eu me importo”, “estou com ciúmes” e inúmeras outras palavras e frases que poderiam fazer diferença na minha vida. Tenho uma falha em demonstração de afeto e não gosto disso. Essa falha é a dona do nó que fica atravessado as vezes na garganta.

Só peço: não me levem a mal e partam antes que eu comece a gostar, caso não consigam lidar com esses defeitos e falhas.

Todos tens seus armários e toda a gente (inclusive eu) tem que aprender a respeitá-los. Ficar dentro deles, pode ser a melhor opção as vezes.





"Odeio dois beijinhos, aperto de mão, tumulto, calor, gente burra e quem não sabe mentir direito."


31 de julho de 2011

Sobre sentimentos (ou incoerência temporal)





         Não tenho muito sobre o que falar. Meu estado eufórico atual tem me deixando fora da concentração necessárias para divagar sobre qualquer assunto. Os pensamentos andam mais inconstantes do que a percepção pode acompanhar; quem dirá os dedos.


         Os leitores mais antigos e mais 'assíduos' devem estar estranhando tamanha felicidade nós últimos dias. Fato é: estou estranhamente feliz nos últimos dias. Porém existem outras coisas. Não que eu ache tristeza bonita (até acho um pouco), mas prefiro escrever quando estou triste, irritada ou com outros sentimentos negativos. Não é por motivo especial (é sim!). É porque sempre me sinto melhor depois de ter feito isso. Sim! Esse blog me serve de “válvula-de-escape” por muitos anos.


         E porque falar das minhas alegrias e euforias agora? Não sei! Simplesmente senti essa vontade e necessidade. Talvez queira mudar alguns conceitos que as pessoas têm de mim. Talvez tenha dado um pouco de importância para a minha ‘imagem’. Talvez quisesse dar lógica ao nome do blog e falar dos sorrisos. Talvez já tenha falado sobre tudo aqui e só me resta isso... Talvezes e mais talvezes...

O que sei?

         Tenho pelo menos um bom amigo, tenho pelo menos uma boa amiga, tenho pelo menos uma grande paixão, um amor platônico, um cachorro engraçado, uma boa família, comida na mesa, cachaça no copo, wi-fi no quarto e vontade no corpo.

         Nenhuma dessas coisas funciona “as mil maravilhas” o tempo todo. Exatamente por esse motivo que tudo parece tão bom. A alteração entre as coisas causa equilíbrio e mata o tédio do dia-a-dia. Não preciso rezingar da vida, faço-o por esporte. Não preciso gabar da vida, faço-o por bel-prazer.

         Resolvi não me importar muito com o tempo verbal das coisas. Definitivamente não tenho como assegurar em que ponto as coisas estão. A mistura louca de passados e presentes poderia fazer-me perder um pouco mais o foco. E acredite! Ele já está bem “perdidinho”.




"Mais um curto instante, mais um descanso rápido sobre o vento, e outra mulher me conceberá."

(O Profeta - Gibran Khalil Gibran)

13 de junho de 2011

Sobre amores...

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♪♫Pelas Ruas Da Cidade (A Vida Continua) - Kid Abelha♪♫





          Impressionante como os eventos tem uma força quase cósmica de se renovar. Se não fosse cética demais, poderia afirmar que forças sobrenaturais e espirituais se unem repentinamente e alteram o ciclo dos episódios. Como não estou a fim de abrir mão do meu ceticismo aqui, mas também não quero teorizar racionalmente sobre coisa nenhuma, fica assim: cética-meio-crente-em-algum-meio-termo.


         Uma afirmação que posso fazer sem titubear (sempre me lembro do Pequeno Príncipe com essa palavra): estou extremamente feliz. Esse estado emocional não se deve a grandes eventos, mudanças drásticas, conquistas esperadas, surpreendentes ou amores românticos melosos e enjoativos. Mas sim! Tem um pouco de “amores e paixões” nisso tudo. Sem conteúdo sexual, intenções ou pretensões... Mas certeza que com uma dose (elevada) de amor. Nas palavras de Paulinho Moska, “não falo do amor romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes.” Falo de amores mais limpos, livre, honestos e fáceis de viver.


           Tenho ouvido músicas românticas sem fazer direcionamento. Tenho me pegado rindo de nada, por nada e para nada. Tenho sentido saudades gostosas. Tenho feito planos em curto prazo, assim fica mais fácil realizá-los; e tenho realizados todos eles. Tenho reencontrado bons e velhos amigos que o dia-a-dia afasta da gente. Tenho dito incontáveis motivos para me sentir feliz.


            E aquela sozinhez de Maria da Graça? Ainda pulsa no peito às vezes, mas somente às vezes...


           O impulso que causou movimento (I) não faz parte de um evento novo. No máximo faz parte de um evento modificado. Enquanto alguns continuam a fazer drama e sentir ciúme (com ou sem motivo), vivo a minha capacidade de rir e me divertir com tudo isso. Afinal, quem tem bons amigos sem falsos julgamentos morais e recalques inexplicáveis, têm o potencial de se divertir e ser feliz com o simples fato de atravessar a rua com o sinal aberto...





"Gastei todas as minhas mentiras na paixão. Gastei todas as minhas verdades no amor. O que sobrou sou eu."
(F. Carpinejar)

18 de maio de 2011

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♪♫Oxygen - Colbie Caillat♪♫



Foto: esperando a chegada do verão




“Em verdade, em verdade vos digo que um de vós me há de trair” (João 13:21)


e assim foi...




             Comecei a me perguntar de onde vem essa mania culturalística e estúpida de por sentimento em tudo... Logo comecei a cantarolar Andréa Martins, e conclui mentalmente: “a gente inventa amor e dor em tudo que nos satisfaz”. Então passei achar necessário explicar para mim o porquê do meu estado emocional atual.


             Resultado? Deu merda!


             Nunca fui dada a essas amizades incestuosas, cheias de irmandades, pegações, amores recalcados... Sempre respeitei esse terreno das ternuras de amigo como algo sagrado e intocável (até agora).

             Não sou uma pessoa sexual, nunca fui! Porém tenho me fechado mais do que de costume para todo esse mundo e seus estrogênios e progesteronas saltitantes. Ando apática e sem empenho, assumo. Todas as formas de contato físico com seres humanos foram deixadas de lado, incluindo todos os meus casos rasos e insolúveis.

             Aí começa um problema. Sabe aquelas casos raros de alguém que está na sua vida há algum tempo e simplesmente se instala uma tensão (talvez sexual) por um motivo inexplicado? Pois bem, aconteceu e não sei explicar o que significa, mas sei muito bem o que não pode significar.


             Constatação inicial: tem um bom tempo que não faço um bom sexo.


             Sempre fui dada a essas paixões descontroladas e sem o menor sentido ou pretensão de ser. Hoje, observar e pensar “não quero isso”, deveria fazer com que me levantasse e não queresse mesmo. Pensamentos adolescentes não poderiam me convir, mas maturidade definitivamente não me cái bem.


             Constatação secundária: não tenho sentido falta das paixões devastadorar e dos meus amores platônicos. O que pesa um pouco sobre os ombros nos últimos dias é observar a vida tomando seu rumo sem que eu tenha controle do que vem acontecendo. Sempre fui menina mimada, birrenta e mal acostumada.


             Sinto que estou perdendo uma parte importante da minha vida... Lembro que nunca me importei muito em perder grandes amores (voltando ao “dilema inicial”), mas não sabia ainda qual era a sensação de perder grandes amigos; e posso dizer: lunatiza muito mais do que eu poderia supor com todas as minhas filosofias vãs...


             Constatação final: o sentimento de perder ‘um grande amigo’ traz a necessidade de repensar sobre todas as coisas que existem a sua volta e abala muitas das suas convicções.



             Hoje sei que posso explicar o motivo de gostar tanto de Meu Pé de Laranja Lima





"Foi você quem me ensinou a ternura da vida, meu Portuga querido. Hoje sou eu que tento distribuir as bolas e as figurinhas, porque a vida sem ternura não é lá grande coisa"
(O Meu Pé de Laranja Lima, José Mauro de Vasconcelos)

17 de maio de 2011

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♪♫Down em Mim - Cazuza♪♫



Foto: mesa do trabalho



            E se entre todos os amores que não deram certo, esse também resolver falhar, vou seguir serena e calma. Possivelmente aprendi a sobreviver sem grandes emoções e amores tempestuosos... Nem tudo tente ao infinito e com o tempo, os vícios passam a ser controláveis e as afetações perdem o requinte de crueldade que a adolescência parece produzir.


            Não gosto de ficar pensando no que poderia ter sido, caso eu tivesse aprendido a fazer as coisas de um jeito diferente e mais sensato. Não gosto, mas os pensamentos ainda me fogem do controle de tudo que aprendi a controlar.


            Sei mais do que os que julgam saber o quanto eu perco por algumas atitudes (ou faltas delas) imbecis e improváveis. Outro comportamento do qual venho tentando ter controle: o de me culpar por tudo que eu faço e parece quebrar com a lógica que a situação pedia.


       Admitir-me fraca e vulnerável vem me tornando mais forte. Provavelmente não as vistas grossas dos que me cercam, por descobrirem que sou suscetível de ataques hormonais e afetada por emoções que todos os mortais são afetados.


            Talvez os anos tenham me deixado mais corajosa e fizeram com que algumas boas máscaras possam ir para em gavetas onde são guardados todos os objetos usados apenas em ocasiões especiais e grandes eventos sociais promovidos pela humanidade. Lembro-me que "O Louco" se despiu de todas. Ainda não me sinto preparada para tanto...


            No mais, venho tentando fazer na vida o que não é bem certo, mas que também não é errado. Alguns pequenos prazeres no meio de alguns desprazeres e me habituando a tudo que tem que ser. É, devo admitir isso também. Algumas coisas naturalmente têm que ser...





"Outra vez vou te esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer"
(Cazuza)