14 de maio de 2009



De tudo que não sei.

____O relógio que fazia “blin-blon” e todas as outras coisas que produziam sons, tais como os passarinhos, o vento, a chuva, a torneia, nariz, boca, dedos. Todas se calaram de repente produzindo um silêncio ensurdecedor difícil de ser rompido, incoerente em ser quebrado, impossível de ser entendido.

____Os movimentos que produziam cor e cor que produzia contentamento... Tudo se foi. Murchou, furou, vazou, falhou. Lembro-me as vezes que tinha a vontade de perceber como a tal menina Clarisse entendia a vida. Hoje sei. Não entendia, porém, assim como eu tinha a pretensão de entender. Ultrapassar as linhas é perigoso, é sem volta, é negligente, é tentador. E de falar em tentação, lembro do ponto de onde parti. Parti tudo, parti com tudo, rompi com tudo.

____É feio ver como episódios têm a velha e má tendência a repetição. Sinto-me presa por ver a imposição de liberdade se aproximar. Queria ainda poder voltar, mas não sei dizer pra onde e não quero discursos velhos sobre coisas velhas rodeadas de pessoas velhas e amarguradas.

____Queria ter a sensação de olhar as coisas por cima. Quase como se pudesse voar... É, na verdade tudo que queria nesse exato momento (e em outros) era ter o bom poder de volatizar e sair por uma fenda imaginária que só as crianças podem ver...



"Tem sempre presente que a pele se enruga,
que o cabelo se torna branco,
que os dias se convertem em anos,
mas o mais importante mão muda:
tua força interior"
___________________________________Madre Tereza de Calcutá

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